Dudude Hermann com A Projetista :: dia 17|10

 

A PROJETISTA

Em um projeto não existe nada além de um enorme espaço vazio a ser ocupado. Sua nutrição é a vontade, o desejo de existir, de voar. A Projetista transita por terrenos áridos, secos, desnutridos, muito rasos. Todos repletos e plenos de possibilidades de construção, onde só a imaginação alcança. Ela se utiliza do nada para preencher o vazio do mundo. Projeta-se no espaço um pouco mais a frente…
São lançados ao vento ideias, vontades, propostas a todo instante enquadradas no formato a4. A projetista discute, conversa, questiona, pergunta, e sinaliza este vazio e este modo operante de controle da arte e cria uma habilidade que não pertence a sua alma.

A PROJETISTA INTERROMPIDA…
Ano de 2017. O solo A Projetista já esteve em diversas cidades brasileiras e agora surge “A Projetista interrompida” um modo operante de apresentação deste trabalho, onde a artista Dudude inicia sua apresentação podendo interrompê-la fazendo uso da improvisação, fazendo uso ou não da roupagem do teatro em si, como luz, som, projeção etc. Em A Projetista Interrompida Dudude se apresenta contando com a proximidade do público, um quase work in process, mantendo o nervo central do trabalho.

Em cena, a intérprete disserta todo o tempo sobre o seu possível e próximo projeto artístico. Ela se projeta no espaço sempre um pouco mais adiante. Cada insinuação de dança ou pensamento suscita novas ideias e vontades que brotam de uma mente e corpo inquietos. “Este trabalho talvez seja um desabafo, um manifesto, de mais um artista criador de nosso tempo, frente aos mecanismos para se viabilizar a cultura e a arte”, diz.

Para Dudude, o artista-projetista se tornou um sintoma contemporâneo que começou nos anos 90, quando toda uma geração criadora passou a mudar a postura em relação ao mercado, organizando-se frente às exigências solicitadas, suprindo demandas e, ao mesmo tempo, tornando-se refém. Este trabalho nasce de experiências adquiridas ao lidar com os mecanismos vigentes de viabilização da cultura e da arte, cada vez mais amarrados às prestações fiscais, engessados por um controle exato. “A cultura se transformou em um bom negócio, mas para grandes empresas e instituições. Pergunto: e aquele que é um fazedor, apenas uma pessoa artista inserido no campo da curiosidade, da descoberta, da provocação?” questiona a artista.

FICHA TÉCNICA
Concepção/Intérprete: Dudude Herrmann
Direção: Cristiane Paoli Quito
Assistência de direção: Lydia Del Picchia
Trilha Sonora: Natalia Mallo & Danilo Penteado
Produção executiva: Patricia Matos
Produção local: Diversão & Arte Espaço Cultural Galeria Guaçui – IAD
Apoio: Sala de Giz Teatro e Outras Artes

Dudude
Bailarina, improvisadora, performer, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança, Dudude começou os estudos nos anos 70 e fez parte da geração do Grupo Trans-Forma BH/MG. Dirigiu seu estúdio por 15 anos com diversas atividades na área de dança e seus desdobramentos. Esteve à frente da Benvinda Cia de Dança por 16 anos. Foi bolsista do Ministério da Cultura do Brasil pelo projeto Bolsa Virtuose 2000, em residência no Centro Coreográfico de Orleans. Em 2003/2004 desenvolveu seu projeto “Poética de um Andarilho – a escrita do movimento no espaço de fora” viabilizado pelas Bolsas Vitae de Artes. Ministra cursos e oficinas no campo da produção de sensibilidades. Desenvolve parcerias criativas com artistas de diversos campos de expressão dentro e fora do país. Atualmente trabalha em seu Atelier onde promove eventos focados na arte contemporânea. Dudude segue trabalhando interessada e curiosa em assuntos de arte/vida.

Cristiane Paoli Quito
Começou a trabalhar com arte em 1977. Desde então atuou como diretora, criadora, realizadora, atriz e produtora. Sócio-fundadora da Pimba Produções artísticas e diretora da Cia. Nova Dança 4. Projeta-se na cena teatral paulista nos anos 90, com seus espetáculos que trazem as técnicas e referências da commedia dell’arte. Poucos anos depois, volta-se para a dança, e desenvolve linguagem própria, com foco na pesquisa sobre a dramaturgia do intérprete improvisador. A partir de 1996 une-se a Tica Lemos e cria a Cia. Nova Dança 4. Já recebeu diversas indicações e levou: o Prêmio SHELL (2004) de melhor direção e melhor espetáculo, Prêmio do Governador do Estado de São Paulo para a Cultura por melhor espetáculo de dança (2010), entre outros. Foi contemplada pelo Bolsas Vitae de Artes (2001) e participou de Festivais nacionais e internacionais, como Festival Nacional de Teatro de Curitiba, Curta Dança Nacional e São José do Rio Preto, Festival Internacional de Dança, Festival de Comédia da Romênia, Copa Cultural Berlim, onde recebeu prêmios de melhor espetáculo e melhor direção.

Lydia Del Picchia
Atriz, bailarina, coreógrafa e diretora. Formada pelo extinto Trans-Forma – Centro de Dança Contemporânea. Participou de diversos grupos de dança, tais como o Trans-Forma, Cia. de Dança do Palácio das Artes e Grupo 1º Ato. Atriz do Grupo Galpão desde 1994 é também Coordenadora Pedagógica do Galpão Cine Horto desde 2004.


Data: terça feira, dia 17/10/2017

Horário: 20h

Local: Diversão & Arte espaço Cultural – Rua Halfeld, 1322 – Centro

Ingressos vendidos 1h antes da apresentação: $20,00 | meia entrada para idosos, crianças e estudantes do IAD (mediante comprovação)

A apresentação faz parte da programação da SEMAD – Semana de Artes e Design – IAD/UFJF.
Na quarta feira, dia 18/10, Dudude participará também como palestrante da SEMAD com “Palestra Sem Título”, na Galeria Guaçui – IAD/UFJF, às 14h. A entrada é gratuita.

Para mais, clique aqui.

 

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